segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Solidariedade e futebol marcam o sábado palestrino

Foto: Fábio Finelli


Não estava nos planos de ninguém, creio eu, ter que se mobilizar para ajudar uma causa tão necesitada e tão urgente quanto a das enchentes e perdas da região serrana do Rio de Janeiro. Cá entre nós, esse problema poderia estar sendo evitado há muito tempo, mas, pra variar, nada foi feito e, somada à negligência da população, o sofrimento e as tragédias seriam iminentes.

Ver as cenas dessa tragédia me fez refletir um pouco e, como num passe de mágica, os meus problemas desapareceram. Pessoas estão perdendo os seus lares e suas famílias, mas não sua dignidade e sua vontade de viver. Dar uma mãozinha pra esse pessoal não seria má ideia, pelo contrário, completaria um espaço vazio que há no meu coração, e creio que no de muitos que vão ler aqui. A solidariedade preenche vazios e nos enche de esperança para que os problemas, sejam eles quais forem, sejam resolvidos. A luta pela vida é algo constante, mas um pequeno gesto de bondade, de vez em quando, podendo até parecer egocentrico, pode ajudar muita gente.

A Sociedade Esportiva Palmeiras está recolhendo mantimentos, roupas e artigos hospitalares para doação às vítmas no Rio de Janeiro. Meu irmão, Fernando Ribeiro, e meu amigo e editor deste blog, Diego Mesquita, me acompanharam nesse passeio rumo à Academia de Futebol, na Avenida Marques de São Vicente, 2680, na Barra Funda.

Andamos bastante. Primeiro, porque eu errei o caminho. Depois, ao tomarmos o ônibus para percorrer dois pontos, paramos de frente com o CT. do São Paulo. Demos uma passadinha lá pra ver se eles também estavam recebendo donativos, mas, a doação tricolor tinha outra sede: o estádio do Morumbi. O afeminado e roliço segurança do clube me disse que as doações eram no Palmeiras. Já sabíamos, mas não custava dar uma passadinha no CT alheio, para alegria de Diego Mesquita, bambi roxo.

Uma das salas disponibilizadas pelo Palmeiras já estava lotada, sendo assim, levamos nossas doações ao Ginásio, que também estava cheio de doações. Domingo pela manhã, o Palmeiras emitiu uma nota dizendo que estava precisando de caixas de papelão para embalar as doações. A quem interessar e quem souber, por favor, indiquem alguma alternativa para o clube.

O rapaz que nos recebeu no ginásio nos confidenciou que o número de pessoas que procuraram o Palmeiras para doações foi grande. Pessoas de todos os times, credos e classes sociais. 

Bom, feito isso, hora de ir ao jogo. Nem o péssimo futebol apresentado pela equipe de Palestra Itália estragou o nosso dia. A sofrida torcida palmeirense já não tem mais paciência com sua equipe, e eu me incluo nessa. Porém, numa visão mais otimista das coisas, acho que tem solução. Tudo nessa vida tem solução, até os problemas como esses do Rio de Janeiro. Basta querer.

Ao invés de se preocupar com Olimpíadas e Copa do Mundo, o Governo Federal e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, que por sinal são de bases aliadas, deveriam estar mais atentos aos anseios estruturais do estado.

Todavia, se eles não fazem nada, cabe a nós fazer.

As doações na Academia de Futebol vão até hoje, às 18h. Quem puder levar alguma coisa, nem que seja uma camiseta, o faça. Vai ajudar muito.

O endereço é Avenida Marques de São Vicente, 2680, na Barra-Funda. Por favor, ao saírem do Metrô, não façam como eu. Vão até à Marques e peguem um ônibus.

Grande abraço.

Um comentário:

Jota Silvestre disse...

Texto bacana, Felipe. Sensível e bem escrito. Só não sabia que os seguranças do SPFC são roliços e afeminados... hahaha.