Perfil dos candidatos: Paulo Maluf

Definir o perfil de Paulo Maluf é extremamente perigoso, principalmente para mim. Admito, estou com medo.

Paulo Salim Maluf, nasceu em 3 de Setembro de 1931, em São Paulo. Filho de empresários Libaneses, Maluf ingressou na política muito cedo, sendo eleito presidente do grêmio estudantil da Escola Politécnica da USP, em 1954, ano em que se formou Engenheiro Civil, também pela Escola Politécnica.

Ocupou cargos importantes através de indicações, como o de Vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, em 30 de Março de 1964 (um dia antes da queda de João Goulart), e Presidente da Caixa Econômica Federal (1967-1968).

Foi indicado Prefeito de São Paulo em 1969, pelo então Presidente da República, Costa e Silva, com o apoio de Delfim Netto e a contragosto do Governador Abreu Sodré. Com fama de populista, Maluf transformou a cidade num canteiro de obras, contruindo muitos viadutos, as marginais Tietê e Pinheiros, e a sua obra mais polêmica, o hoje, tão criticado, Elevado Costa e Silva, vulgo "Minhocão", que impediu a contrução do metrô sob a Avenida São João e que degradou a aparência do bairro da Santa Cecília.

Após a conclusão do seu mandato, em 1971, fora indicado para a Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo, na gestão Laudo Natel (1971-1975). Nesse período, inaugurou a Linha 1 (Norte-Sul) do metrô, que opera desde 1974. Nessa mesma época, Maluf tentou uma indicação ao Senado, para então, disputar com Orestes Quércia para ser o representante Paulista, mas não conseguiu. A disputa, que foi vencida por Quércia, foi com Carvalho Pinto, indicado por Geisel.

Em 1977, assumiu o Governo do Estado de São Paulo, por votos no colégio eleitoral, porém, sem concorrência. Numa tentativa um tanto quanto burra, Maluf tentou achar petróleo em São Paulo, fundando, em 1980, a estatal Paulipetro. Segundo especialistas e geólogos, o tempo para procura foi curto (1980-1982), e o projeto fora cancelado. As escavações foram aproveitadas pela Sabesp para tratamento de esgoto no interior paulista.

Então, mais obras: Rodovia dos Bandeirantes, Trabalhadores (hoje Ayrton Senna), Mogi-Bertioga, Ponte do Mar Pequeno, Terminal Rodoviário do Tietê e em parceria com o Governo Federal e investidores europeus, a construção do Aeroporto Internacional de Guarulhos, concluído em 1985, após o término do seu mandato, que fora interrompido em 1982, quando renunciou para disputar um cargo no congresso, sendo eleito o Deputado Federal mais votado da história (até 2002, quando Enéas Carneiro bateu a marca de 1 milhão), com mais de 670 mil votos.

Chegamos aos anos 90, e após Luíza Erundina, Paulo Maluf é eleito Prefeito de São Paulo, ganhando, em segundo turno, do "domador de tartarugas", Eduardo Suplicy.

Foi o Prefeito com o maior índice de aprovação, com mais de 90%. Projetos sociais como o Cingapura e o Leve Leite, foram essenciais para tal aprovação, sem contar o PAS (Plano de Atendimento à Saúde).

Ok, ok... mais obras: Avenida Roberto Marinho, Túnel sob o Rio Pinheiros, Jacú-Pêssego, Avenida Escola Politécnica, entre outras... TODAS sob acusações de superfaturamento, nunca comprovadas.

Era Pitta

"Se o Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim", essa frase me faz duvidar da inteligência desse homem.

Maluf viu-se numa sinuca-de-bico, ao observar Pitta acabar com a sua cidade e com a sua imagem, já gasta. Todas as denúncias, todo o alvoroço, prejudicaram a vida de Paulo Maluf no âmbito político. Em 1998, foi derrotado pelo finado Mário Covas, numa disputa pelo Governo. Em 2000, derrotado por Marta Suplicy, pela prefeitura.

História recente

Foi preso, solto, acusado, desmentido, hostilizado. Fizeram de tudo para "encerrar" Paulo Maluf, mas coitados... não sabem com quem estão se metendo. Coitados os suíços... coitados os "Jersey"... e por que não... coitados de nós.

Custo a acreditar que depois de todas estas acusações, Paulo Maluf ainda esteja solto. A política do "Rouba mas faz" nasceu no país.

Eu sou fã do Maluf.

Na minha visão, ele está entre os 5 maiores políticos da história do Brasil. Contruiu a cidade de São Paulo, fez com que nos tornássemos potência, mas a custa de que? Crimes? Já o defendi muitas vezes, mas meus argumentos acabaram.

Eu tenho muita vontade de votar nele nessas eleições, mas meu senso de dignidade não deixa, e fico triste.

Um dia, as provas vão surgir e ele vai ser preso... e nesse dia, quem sabe, as coisas estarão bem melhores por aqui.

Hoje Maluf aparece com 15% das intenções de voto, e acredita que possa ir ao segundo turno, aproveitando-se do desgaste da dis puta entre tucanos, democratas e petistas.

 

A pergunta que fica no ar, é:

O QUE MAIS FALTA PARA O MALUF FAZER?