quarta-feira, 29 de junho de 2011

Entrevista com César Maluco na Francal 2011


No meio da correria que é trabalhar numa feira como a Francal, temos oportunidades únicas de conversar com pessoas que são e foram importantes em diferentes contextos. O futebol é uma das minhas maiores paixões e hoje, ao conversar com dois ícones do esporte, pude aprender muito dos bastidores e ter uma visão diferente do que é ser um jogador, ser uma celebridade,  ser humano.

O ex-jogador do Palmeiras, César Maluco, é uma figura emblemática, fora de série. Despojado, ele soube explicar o porquê de participar de uma campanha publicitária para uma marca de calçados, no caso, a Rafarillo, que fabrica sapatos masculinos. O discurso não era decorado e foi bem original. "O jogador, ex-jogador, hoje, se tornou uma celebridade, um exemplo. Se a gente usa um sapato desses, o garotinho que nos vê, que vê o Neymar, o Kléber, esses caras, vai querer usar também", comentou, não fazendo cerimônia e metendo palavrões no meio.

Bem mais acanhado, mas extremamente simpático, Dorval esbanja humildade e diz que estava lá a convite do próprio César e de Milton Neves, outro nome que está na divulgação dos calçados.

O assunto logo se tornou futebol, mas, antes disso, César nos contou algumas histórias, dentre elas, a origem de seu apelido. "Pô, aquele bando de craques fazia gol e não comemorava. O Ademir da Guia dava aqueles pulinhos dele. Meu, eu vim do Rio de Janeiro, nasci no pé do morro, eu fazia gol e ia pro alambrado mesmo, daí, o pessoal começou a me chamar de maluco. Aquele time era muito sofisticado, muito chique. Eu, não. Eu sou doidão, malandro", exclamou Maluco, que era o centro-avante da Primeira e da Segunda Academia do Palmeiras, que contava com craques como Dudu, Leivinha, Ademir da Guia, Djalma Santos, Leão, entre outros.

Esse apelido lhe rendeu fama positiva, mas também trouxe-lhe problemas. "Certa vez eu fui sair com uma menininha e tal. Ela era corintiana. Fomos para um hotel, pois naquela época não tinha motel, ainda. Na hora do "vãmo vê", ela ficou meio arredia, com medo, pensando que, de fato, eu era maluco. Mas, no fim, deu tudo certo", lembrou.

Sabedores dos bastidores da bola, Dorval e César nos contaram um pouco da realidade do futebol de base no Brasil. Ambos já trabalharam em seus ex-clubes e revelam que as coisas são bem difíceis. No caso do Palmeiras, onde César ainda trabalha, o ego dos dirigentes e intromissão dos empresários são temas bem comuns por lá, mas nada do que nós já não saibamos.

Com relação ao time, César falou que está gostando da equipe do técnico Luiz Felipe Scolari, e rasgou elogios ao treinador. "Pô, o Felipão é um paizão, gente fina demais e os jogadores são muito humildes, molecada boa. O time está ficando com a cara dele e vai dar certo, vai chegar, só não pode deixar com que as pressões extra-campo interfiram", fala.

Ao fim do papo, César Maluco nos fez uma revelação. "Foi o Dorval que me levou pro mau caminho", arrancando gargalhadas dos presentes. Dorval não deixou por menos e soltou o verbo pra cima do "Maluco". "Carioca de Niterói é tudo malandro, viu".

A Francal segue e fica aqui resgistrado esse papo espetacular. Vamos lembrar disso por muito tempo.

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