O até logo do Palestra Itália

O editor do blog que aqui vos fala acompanhou o jogo Palmeiras x Grêmio, válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro de 2010. O clima era um misto de revolta com esperança. Amizade com desconfiança. Amor e ódio. O Estádio Palestra Itália recebeu seu último jogo oficial antes de ser demolido para a construção de uma nova arena, que, possivelmente, receberá pelo menos um jogo da Copa do Mundo de 2014.

Meu primeiro jogo no Palestra Itália foi em 1998, uma vitória por 3x2 contra o Paraná, em jogo válido pela primeira fase do Campeonato Brasileiro. Gols de Júnior Baiano, Darci e Oséas. De lá pra cá presenciei de tudo um pouco naquele estádio. Obviamente muito mais vitórias, pouquíssimas derrotas, e alguns empates... Títulos, lágrimas e muita emoção.

Destaco três jogos em que estive presente: A Final da Taça Libertadores da América, em 1999, contra o Deportivo Cali, o épico jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil do mesmo ano, contra o Flamengo, na ‘impossível’ virada nos acréscimos, com um 4x2, e a derrota mais humilhante da história do clube, com um 2x7 para o Vitória da Bahia.

O estádio é acanhado, mas imponente. Charmoso. Com detalhes que chamam a atenção como, por exemplo, as flores que brotam ao redor do campo, nos arbustos. Esse lugar exala tradição, vitórias, grandeza e orgulho.

A imagem que ficou no sábado foi a de um time aguerrido, que soube superar os problemas vividos durante a semana e apresentou um futebol, ao menos, digno, para vencer o forte time do Grêmio por 4 a 2.

Estive presente junto das pessoas que mais confio e de uma das coisas que mais amo, que é o Palmeiras. Não poderia ser melhor. Saí de lá feliz e com a esperança de dias melhores para a minha Societá Palestra Itália.

O jogo

O Grêmio, que acabara de ser eliminado da Copa do Brasil pelo forte time do Santos, apresentou excelentes 15 minutos iniciais. Com um time muito bem armado pelo técnico Silas, os gaúchos dominaram as ações nesse tempo, graças, também, ao nervosismo do time do Palmeiras, desfigurado, sem contar com Robert, Diego Souza e Pierre, o último devido a uma suspensão e os outros dois que tiveram seus contratos rescindidos.

Num lance um tanto quanto inusitado, o Palmeiras abriu o placar. Em rápida troca de passes entre Vinícius e Cleiton Xavier, a bola foi lançada para Ewerthon, que, com a falha de Rodrigo e Victor, abriu o placar num chute forte: 1 a 0.

Após o gol o Palmeiras ficou mais tranquilo, porém, o Grêmio continuava a assustar. Aos 27 minutos, depois de boa jogada armada por Cleiton Xavier, Vitor cruzou para Vinícius que chutou para excepcional defesa de Victor, na sobra, Ewerthon, em posição de impedimento, ampliou o placar: 2 a 0.

Não demorou e o Grêmio diminuiu com Jonas, em rápida jogada pela direita, que culminou na matada e no chute certeiro do artilheiro do tricolor na temporada. O jogo seguiu disputado e, pouco antes do término do primeiro tempo, Marcos Assunção e Douglas armaram uma confusão um tanto quanto desnecessária e acabaram expulsos.

Na volta do intervalo, nenhuma mudança nas escalações e um susto logo de cara. O Grêmio empatara com Hugo, depois de falta batida por Fábio Rochemback.

Não sabíamos o que esperar do Palmeiras a partir dali. Com o empate e o frágil momento psicológico que assola a equipe desde o ano passado, o resultado negativo seria iminente. Não foi bem assim.

Depois de escanteio batido por Vitor, Maurício Ramos, que havia substituído Léo ainda no primeiro tempo, devido a uma lesão, testou forte, sem chances para Victor. Era o gol que daria ao Palmeiras a tranqüilidade necessária para confirmar sua vitória, que não demorou muito para ser concretizada.

Depois de contra-ataque armado por Cleiton Xavier, Vinícius levou três marcadores e cruzou para a pequena área onde Cleiton, num toque de classe, matou o goleiro Victor e deu números finais ao jogo de despedida do Estádio Palestra Itália.

Os torcedores saíram satisfeitos com o time, mas continuaram a xingar a diretoria do verde. Com razão. Os cartolas palmeirenses prometem reforços e o tão sonhado treinador que essa nação com mais de 17 milhões de torcedores quer: Felipão.

Resta saber se a Família Scolari vai desembarcar na Academia de Futebol, juntamente com alguns novos jogadores, que serão extremamente necessários nessa luta rumo ao Penta brasileiro.

O Palestra Itália dará lugar a Arena Palestra Itália no final de 2012. Até lá, os jogos do Verde serão no Pacaembu, que, ao contrário do que as pessoas pensam e acham, é mais verde e branco do que qualquer outra coisa. Afinal, o Palmeiras é o time com mais títulos conquistados por lá.

Até logo, Palestra.

Crédito Fotos: UOL

FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 4 X 2 GRÊMIO

Estádio: Palestra Itália, São Paulo (SP)
Data/hora: 22/5/2010 - 18h30
Árbitro: Paulo H. Henrique Godoy Bezerra (SC)
Auxiliares: Carlos Berkenbrock (SC) e Angelo R. Bechi (SC)
Renda/público: R$ 538.961,00 / 18.365 pagantes
Cartões amarelos: Edinho, Márcio Araújo (PAL); Douglas, Adílson, Fábio Rockemback, Ozeia (GRE)
Cartões vermelhos: Douglas, 45'/1ºT (GRE); Marcos Assunção, 45'/1ºT (PAL)
GOLS: Ewerthon, 15'/1ºT (1-0); Ewerthon, 29'/1ºT (2-0); Jonas, 31'/1ºT (2-1); Hugo, 4'/2ºT (2-2); Maurício Ramos, 16'/2ºT (3-2); Cleiton Xavier, 25'/2ºT (4-2)

PALMEIRAS: Marcos, Vitor, Danilo, Léo (Maurício Ramos, 39'/1ºT) e Armero; Edinho, Marcos Assunção, Márcio Araújo e Cleiton Xavier; Ewerthon (Souza, 39'/2ºT) e Vinícius (Paulo Henrique, 46'/2ºT). Técnico: Parraga.

GRÊMIO: Victor, Joílson, Ozeia, Rodrigo e Bruno Collaço (Maylson, 20'/2ºT); Adílson, Fábio Rockemback, Hugo e Douglas; Leandro (William, 22'/2ºT) e Jonas. Técnico: Silas.