Depois de 29 anos de carreira, o Metallica continua com a mesma energia de outrora. É verdade que a banda passou por transformações trágicas, como a morte de Cliff Burton, em 1986 e por transformações forçadas, como a saída de Jason Newsted em 2001 e a internação de James Hetfield no mesmo ano. Mas, nesta compilação gravada na capital mexicana, pudemos perceber uma banda mais do que unida. Uma banda com vida e energia renovadas, técnica e peso em conjunto e o carisma habitual.
Em Orgulho, Paixão e Glória, o fã da maior banda de metal de todos os tempos pode se gabar e curtir um excelente show de metal e um primor de rock’n roll.
O Show
Como é de costume nos shows de Hetfield e sua turma, a abertura é por conta da instrumental orquestrada “The Ecstasy of Gold”, de Ennio Morricone. Emociona e nos eleva o espírito. Tudo o que precisamos para acompanhar o primeiro clássico da noite: “Creeping Death”, do segundo álbum da banda, o Ride The Lightning. A banda está em forma. Kirk Hammett não errou uma nota sequer no seu solo e Lars Ulrich, tão criticado no último álbum da banda, o “Death Magnetic”, mostrou-se forte e técnico.
A sequência vem por conta de Robert Trujillo, introduzindo-nos ao baixo de “From Whom The Bell Tolls” e depois, à épica “Ride The Lightning”. Até aí nenhuma surpresa, essa sequência acompanha os shows do Metallica há alguns anos. Em seguida, uma música um tanto quanto inusitada: “Disposable Heroes”, do álbum “Master of Puppets”. A prova de que a banda está muito bem fisicamente, mesmo com média de idade de 47 anos. James Hetfield descarrega os seus riffs com maestria e Kirk esmerilha na guitarra. Lars e Robert também estão bem, mas não podemos deixar de destacar as guitarras, que são ponto forte dessa música, uma das melhores da banda.
A qualidade continua no topo, com a execução das bombas e helicópteros de One, do álbum “...and Justice for All’. É importante destacar, de novo, a boa forma dos coroas em mais este clássico oitentista.
Para a galera mais jovem (como eu), uma grande conhecida: “The Memory Remains”. Esta música é perfeita para os shows, pois, certamente, é o momento onde banda e público estão mais unidos, graças aos seus refrãos e “la la las”.
Como parte da divulgação do último álbum, as músicas novas também apareceram nesse show, e o melhor, se encaixaram perfeitamente entre os clássicos da banda, o que confirma o objetivo inicial do Death Magnetic: o de resgatar as origens da banda em novos trabalhos.
A execução primorosa de “Broken, Beat & Scarred”, segundo o próprio Hetfield, é uma homenagem aos fãs. Essa música foi baseada no período de reabilitação do frontman, e, antes dessa música, ele conversa um pouco com o público, para depois arrebentar com as frases marcantes da música, como “what don’t kill’ya make you more strong” e “we die hard”.
Depois da novata, dois clássicos do Black Álbum. “Sad But True” e “The Unforgiven”. Após essas músicas, que deram uma “desacelerada” no pessoal, outra porrada novata e talvez, o maior desafio para os coroas: “All Nightmare Long”. Velocidade, técnica e agressividade juntas nessa música que marca a nova fase da banda.
O show se encaminha para o final e o público aguardava ansiosamente pelo atual sucesso da banda: “The Day That Never Comes”. Uma power balad no melhor estilo One e Fade to Black, e que certamente vai se tornar um dos hinos da banda.
Tudo o que havíamos escutado até então já bastava? Não! Por que? Simples... “Master of Puppets” seria a próxima música. Considerada por muitos como a melhor música de metal de todos os tempos, Master of Puppets entope nos nossos ouvidos com o mais puro e autêntico Thrash Metal. Como se não bastasse, logo após Master, outro clássico de dar inveja as populares ‘viúvas de Mustaine’. “Fight Fire With Fire” enterra as outras bandas do gênero e mostra a superação da banda. Destaque para Lars e os seus bumbos duplos e o grande show pirotécnico.
Cansado? Ok, então uma paradinha com as porradas. “Nothing Else Matters” entra em cena, sendo introduzida por um solo de blues executado por Kirk Hammett. Percebe-se em cada face a emoção e a saudade que o povo mexicano tinha da banda. Poderemos ver e sentir isso de perto, aqui no Brasil, já que são os mesmos 10 anos que separam a banda de sua última visita em nossas terras.
Descansou? Ótimo. Agora vamos pular com um marco da história da banda. “Enter Sandman” foi o elo de ligação entre o Metallica e o mundo. Por que querer ser underground? Que mal há em querer mostrar o seu trabalho para o mundo? Qual o problema em querer ser a maior banda do mundo? Pois é. Enter Sandman proporcionou isso ao Metallica e aos fãs.
Depois da paradinha tradicional, o bis seria executado e a despedida estava próxima. The Wait, um cover da banda Killing Jokes, Hit The Lights, a primeira música escrita pelo Metallica e claro, Seek And Destroy, encerraram a passagem da banda por terras mexicanas.
O DVD foi lançado em três moldes: O simples, que acabamos de acompanhar, a versão com um DVD e CD duplo e a versão de Luxo, com dois DVD’s e CD duplo, sendo um DVD com músicas totalmente diferentes das do DVD principal, motivo pelo qual a banda realizou três concertos.
Pra quem é fã, um prato cheio. Pra quem não é, uma ótima oportunidade para ser.
O DVD também conta com entrevistas com membros da banda e fãs ao redor do Foro del Sol.
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